Seja feliz

"...e a vida segue, com o tempo nos calcanhares da esperança..." (E tudo passou - 20/03/2012)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Uma última despedida


I


"Ele era capaz de tudo por ela,
ela faria o impossível pela felicidade dele,
se concentravam um na emoção do outro,
eram uma só ilusão...

Contam que numa manhã de inverno,
ela acordou chateada com um sonho estranho,
e que então, com a forte emoção em seu peito
chorando,
tocou ao seu lado na cama,
para lhe contar que havia sonhado com ele,
que ele sofrera um acidente,...

mas para sua surpresa ele não estava mais ali,
já havia saído,
ela correu até a estrada,
avistando ao longe o carro dele,
e desesperada correu tentando avisá-lo,
para que ele tivesse cuidado naquela manhã,
mas notando que de nada adiantava correr,
só lhe restou se ajoelhar,
e implorar para que algo acontecesse
e ele tivesse de voltar em casa...

Ela voltou para dentro de casa,
moravam em uma enorme fazenda,
e ela procurou por algo dele,
uma peça de roupa,
uma foto dele,
qualquer coisa que lhes aproximasse,
percebeu ao passar por um espelho da casa,
que seu olhar era triste,
que estava com olhar chateado, preocupado,
olhou pela janela,
viu seu cachorro com aparência triste,
viu seu gato preocupado,
e viu que os animais estavam entristecidos com algo...


II


O tempo passava,
ela sem notícias,
então, de repente,
surge na estrada uma ambulância,
passando a toda velocidade na frente da varanda,
ela saiu novamente para a estrada,
e percebeu longe, uma quantidade enorme de fumaça,
ela seguiu a fumaça e localizou o carro dele pegando fogo,
se aproximou...
viu que não conseguiam fazer nada,
que aquele fogo aumentava cada vez mais...


de repente o carro explodiu,

e ela desmaiou,....


III


Eram cinco horas da tarde,
todos chegavam para o enterro,
trazendo cada um, um pouco de tristeza,
era uma tarde de dor e lágrimas,

e uma chuva bem fina,
trazia ainda mais emoção aquela tarde vazia,...

Ela entrou naquela sala,
viu o caixão ali sobre a mesa,
sabia que seria uma última despedida,
uma última vez,
sabia que de nada adiantava mais chorar,
e que de nada adiantava sofrer
só restando entender,

e ela fazia um esforço enorme para entender.

Tentava durante várias tentativas se aproximar para despedir-se,
mas não conseguia, a emoção tocava forte em seu coração...

Não resistindo a emoção daquele momento,
foi para a rua,
respirou fundo alguns segundos,
criou coragem e entrou novamente para despedir-se dele...



IV


Ela entrou naquela sala,
caminhava lentamente,
tremia toda,
só sentia medo,
em seus pensamentos: a dor da despedida,
ela então, já sem forças,
sem conseguir nem chorar mais,
aproximou-se daquele caixão,
soltou a flor que trazia na mão,
e finalmente,
vestida de branco,
entendeu,
e teve de aceitar aquele instante final...


V


O fazendeiro nunca contou para ninguém,
que naquela manhã ela não deixou ele dirigir...
e que quem devia ter morrido naquele acidente era ele,...

Também não contou que a viu entrar naquela sala,
segundos antes de fecharem o caixão para enterrá-la,...

Se pudesse teria morrido ele,
se pudesse teria sofrido todas as dores da vida,
do tempo,

se pudesse,
ele voltava aquela manhã,
por amor,
só por amor..."



Na manhã do dia 09 de Agosto de 1956,
uma dona de casa, de uma cidade do interior da Suécia sofreu um acidente bem perto de sua fazenda, ...
Seu marido, então na época considerado como louco pelos médicos locais,...
afirmou ter visto a mulher morta chegar em seu próprio velório...

Se foi ficção,
ou realidade,

só uma alma apaixonada sabe responder...


Um comentário: