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"...e a vida segue, com o tempo nos calcanhares da esperança..." (E tudo passou - 20/03/2012)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Coisas perdidas de meu coração

A alguns anos atrás,
enquanto tua ausência me apavorava,
entristecido,
calado,
revoltado,
quebrei quase tudo, que ainda restava dentro do nosso quarto,
fiz minhas malas,
refiz meus planos para o amanhã,

que
nem
sei
se
deixarei
chegar,

importunei os vizinhos,
com um som alto de um piano quebrado,
que deixei inteiro, por desejar o som das suas teclas,
teclas, que tocamos juntos um dia,
um dia que juntos, talvez tenhamos sido um só.

Ia saindo na porta,
e lembrei das cartas que escondidas deixei de ti,
as cartas que escrevi um dia depois de tua primeira partida,
da primeira vez, que tua ausência me maltratou de verdade.

Lembro que só pedindo perdão, foram mais de cem cartas...

Mas,
como você voltou dias depois,
não as mandei,
nem as queimei,
apenas as escondi,
ninguém tinha de ler,
nem mesmo você.
as coisas perdidas de meu coração...

E quando encontrei as cartas novamente,
notei palavras tristes nelas,
notei que ainda te sindo dentro de mim
que ainda és minha realidade,
realizações
e insegurança,
que ainda estás em tudo de mim,
em meu expressivo viver,
em meus olhos de paz,
em minhas palavras boas,
e em tudo o que ainda me faz lembrar de você...

Peguei todas elas nas mãos,
as coloquei no chão,
preparei-me para a despedida das palavras que a você dediquei,

e foi aí, que algo veio na minha mente,
não seria justo queimar sonhos de um coração apaixonado,
e não as queimei não,
organizei elas com todo cuidado,
carta por carta,
consegui garrafas,
e as mandei sem saber pra onde,

E assim,
talvez as coisas perdidas de meu coração,
tenham sido encontradas
e alguém as esteja lendo
e desfrutando das palavras de um coração ainda entregue à uma grande paixão...



Bons sonhos,
e que quem leia as cartas entenda algo bem simples:
Em algum lugar, longe dali,
alguém sente algo,
algo que traduzido em palavras se traduz em amor....



Ah!
Lembra que...
ia fazer minhas malas,
refazer meus planos para o amanhã,
e que nem sabia se deixaria chegar o tal amanhã...?


Deixei,



e ele finalmente chegou....



















Para os inexplicáveis Thalles e Lehandra,
por suas presenças,
por suas ausências.


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