"Era madrugada de primavera,
e ele, sozinho, iniciava sua história,
chovia muito naquela madrugada,
seu pai não conseguia acreditar que ele estava ali,
depois de tudo o que ele e sua mãe passaram,
mas era real, ele tinha nascido,
demorou a abrir seus olhos, mas abriu,
não chorava, preocupando médicos,
sua alma era forte, e sua mãe sabia disso,
ela pediu que a enfermeira o entregasse a ela,
ele em silêncio, ela ansiosa,
ela então o ergueu,
respirou com ele,
olhou dentro de seus olhos e choraram juntos,
ele pela primeira vez,
ela pela última,
aquele parto de risco foi seu primeiro e também o último,
sua mãe morreu segundos depois de entregá-lo de volta à enfermeira.
Ele sempre, desde pequeno, soube que veio do nada,
e assim, do nada se fez,
passou por testes,
certo dia conheceu o medo,
certo dia conheceu a verdade,
sempre soube a hora de tentar,
e a hora de desistir,
aprendeu a conhecer as pessoas,
as pessoas aprenderam a aceitá-lo.
Um dia,
do nada cresceu,
e pela primeira vez,
apaixonou-se,
descobriu o amor, em forma de uma paixão incontrolável,
tudo muito rápido,
veio cedo, aconteceu,
pensou ser dono daquele coração,
mas não era,
e na sombra da madrugada,
mesmo com uma chuva muito forte,
ela se foi,
ela sabia que não sentia por ele, aquele mesmo sentir dele por ela,
e assim,
mais uma vez,
ele foi deixado para trás,
ao acordar,
viu-se abandonado,
pensou em fugir, partir,
pra qualquer lugar, pra lugar algum,
prá sempre, pra nunca mais voltar,
e desesperado,
e ele, sozinho, iniciava sua história,
chovia muito naquela madrugada,
seu pai não conseguia acreditar que ele estava ali,
depois de tudo o que ele e sua mãe passaram,
mas era real, ele tinha nascido,
demorou a abrir seus olhos, mas abriu,
não chorava, preocupando médicos,
sua alma era forte, e sua mãe sabia disso,
ela pediu que a enfermeira o entregasse a ela,
ele em silêncio, ela ansiosa,
ela então o ergueu,
respirou com ele,
olhou dentro de seus olhos e choraram juntos,
ele pela primeira vez,
ela pela última,
aquele parto de risco foi seu primeiro e também o último,
sua mãe morreu segundos depois de entregá-lo de volta à enfermeira.
Ele sempre, desde pequeno, soube que veio do nada,
e assim, do nada se fez,
passou por testes,
certo dia conheceu o medo,
certo dia conheceu a verdade,
sempre soube a hora de tentar,
e a hora de desistir,
aprendeu a conhecer as pessoas,
as pessoas aprenderam a aceitá-lo.
Um dia,
do nada cresceu,
e pela primeira vez,
apaixonou-se,
descobriu o amor, em forma de uma paixão incontrolável,
tudo muito rápido,
veio cedo, aconteceu,
pensou ser dono daquele coração,
mas não era,
e na sombra da madrugada,
mesmo com uma chuva muito forte,
ela se foi,
ela sabia que não sentia por ele, aquele mesmo sentir dele por ela,
e assim,
mais uma vez,
ele foi deixado para trás,
ao acordar,
viu-se abandonado,
pensou em fugir, partir,
pra qualquer lugar, pra lugar algum,
prá sempre, pra nunca mais voltar,
e desesperado,
ajoelhou-se,
e triste chorou,...
foi quando passou a se afastar da verdade,
seu amor se fora,
seu medo chegara,...
e triste chorou,...
foi quando passou a se afastar da verdade,
seu amor se fora,
seu medo chegara,...
Soube por alguém um dia,
que ela tinha partido num trem,
era fraca,
não conseguia dizer a ele que não o amava mais,
e ele para não enlouquecer, tentou não acreditar,
tentou ser forte,
mas era fraco,
muito fraco,
e então resolveu correr,
correu,
era fraca,
não conseguia dizer a ele que não o amava mais,
e ele para não enlouquecer, tentou não acreditar,
tentou ser forte,
mas era fraco,
muito fraco,
e então resolveu correr,
correu,
correu,
correu muito,
correu desesperado na beira da praia,
e a cada segundo que passava,
a cada vez que pensava em si mesmo,
desistia cada vez mais de tudo,
e num ato de pura insensatez,
e a cada segundo que passava,
a cada vez que pensava em si mesmo,
desistia cada vez mais de tudo,
e num ato de pura insensatez,
acabou com seus sonhos,
medos,
segredos
e lamentações,
e sem pensar muito,
jogou seu corpo, seu coração, sua alma, no mar...
Os anos se passaram,
era manhã de primavera,
e ela, sozinha, com seus cabelos já brancos, completava ali a história dele,
ela havia entendido depois de tanto tempo,
a importância que o sentimento dele tinha em sua vida,
e que sua vida não fazia muito sentido,
já havia casado,
vieram os filhos,
separou-se,
mas sabia que nunca o esqueceria,
sabia que naquele mar morava um pedaço de sua vida,
muito de sua história,
jogou seu corpo, seu coração, sua alma, no mar...
Os anos se passaram,
era manhã de primavera,
e ela, sozinha, com seus cabelos já brancos, completava ali a história dele,
ela havia entendido depois de tanto tempo,
a importância que o sentimento dele tinha em sua vida,
e que sua vida não fazia muito sentido,
já havia casado,
vieram os filhos,
separou-se,
mas sabia que nunca o esqueceria,
sabia que naquele mar morava um pedaço de sua vida,
muito de sua história,
por isso foi até aquela beira de praia,
parou,
chorou,
parou,
chorou,
e sem pensar muito,
jogou sua alma,
jogou sua alma,
seu coração,
seu corpo naquela água gelada...
e então,
e então,
mais uma triste história do tempo se desfez,
e eles viveram assim,
juntos,
por toda eternidade...”
por toda eternidade...”
“uns chamam amor,
o que outros chamam de ilusão,
melhor iludir-se,
ou melhor amar?”
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