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"...e a vida segue, com o tempo nos calcanhares da esperança..." (E tudo passou - 20/03/2012)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Segredos de um grande amor


"ele bateu na porta daquela casa,
tinha em suas mãos, esperança,
em seus olhos, o amor,
trazia ali, uma carta de amor,
queria que a menina o entendesse,
não tinha coragem de antes lhe dizer,..
abriram...
ele, trêmulo,
perguntou se ela estava,
a mãe,
respondeu quase que desmaiando,
- ela não está mais aqui, se você é o rapaz que gostava dela e nunca disse,
chegou atrasado...

ele então..
saiu dali,
correu por todos os lugares que havia passado por ela..
os lugares onde havia tido oportunidades de dizer algo a ela, e não disse,
correu,
cansou,
parou numa esquina movimentada...
pensou em se jogar na frente de um enorme caminhão que vinha...
pensou,
pensou...
mas desistiu...

foi para o mar,
começou a correr na beira da praia,
insistentemente, como alguém que não sabe a hora de parar...
correu alucinadamente...
seus pés já não aguentavam mais,
seu corpo pedia um descanso...
e ele chegou em um lugar onde só ele e ela conheciam...
desde pequenos, muito pequenos, foram ali,
ela com seus 7 anos, ele com seus 9,
e jogaram várias coisas num saco, enterrando-o...
ele, sempre que passava por ela e não chegava nela,
escrevia algo,
e colocava ali, junto com tudo o que ainda os unia...
foram longos anos, que ele a seguiu,
trocou de horários,
trocou de turmas,
foi reprovado na faculdade,
várias vezes,
e sempre tentava estar ao lado dela...
mas nunca tinha coragem de encará-la...
ele chegou ali, desenterrou tudo que havia acumulado todo aquele tempo,
e foi entregar, como que pela última vez a ela no dia que ela estava sendo enterrada,
e enquanto muitos jogavam flores para ela,
ele jogava seus textos, suas palavras, pra que ela levasse com ela...
ele voltava pra casa,
e a irmã dela o chamou...
- Isso é seu....
encontrei ontem, enquanto mexia nas coisas de minha irmã....
ele abriu um diário...
e ali, estavam todas as respostas para as poesias que ele escrevera durante todo aquele tempo...

Ela ia lá,
lia o que ele dizia,
seus medos,
inspirações,
e ela, com seu jeito tímido, simples,
escrevia no seu diário as respostas para o que ele nunca lhe disse,....

Hoje,
nesse momento,
ele, com seus 89 anos,
está sentado em sua cadeira de balanço, na frente de sua casa,
terminando de contar essa história para seus netos...
as crianças não sabem o que lhe fez tanto medo,
e pq ele não disse a ela de seu amor...
E ele,
ele não sabe que daqui a alguns minutos eles se encontrarão novamente.....
uma outra história, de outra forma,
mas de mesmos sonhos,
verdades,
e de mesmo amor..."

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